sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Pais e filhos.

Tenho um texto em casa, nunca publiquei porque não acho bom o suficiente. Escrever sobre os meus sentimentos nunca foi fácil, não sei expressar minhas emoções muito bem. o amor que sinto pela minha filha participa de um outro campeonato, e um amor que não depende de nada, não espera nada em troca, nem mesmo o amor.É um amor ignorante,um amor que as vezes mais atrapalha do que ajuda.Um amor que pode destruir laços poderosíssimos. Amor egoísta. Amor que as vezes não pode ser entendido pelo ser amado. Mas um amor que nunca, nunca, nunca acaba.

Olhando outro blog achei o texto abaixo. Já conhecia o escritor. Li um livro dele, um livro denso e complicado. Assim como o amor de pais e filhos.

Pai e filho
Sou o teu pai. Quando te seguro ao colo, entro no teu olhar, passo-te os dedos pelas faces e sinto que também eu tenho duas semanas porque uma parte de mim nasceu contigo há duas semanas. Agora, enquanto dormes, escrevo-te e imagino que, num instante longe deste instante, chegará um dia em que tu serás grande e segurarás uma folha escrita com estas palavras. Estas palavras são uma corda que une este momento presente e passado a esse momento futuro e presente. Daqui, desta ponta da corda, se der um pequeno puxão nas palavras, tu irás senti-lo aí. Se eu disser verdades, tens duas semanas, és pequenino, eu e a tua mãe amamos-te, tenho a certeza que irás sentir estas verdades aí. No entanto, hoje, aqui, eu não posso saber a maneira como irás sentir estas verdades, estes pequenos puxões, porque eu não sei tudo aquilo que irá acontecer entre este momento e o momento em que serás grande e segurarás uma folha escrita com estas palavras. Seguro numa ponta da corda, mas não sei o seu comprimento, a sua forma ou a sua resistência. Ainda assim, sei, imagino, que estás aí nessa ponta das palavras e quase que tenho vergonha de falar contigo. É difícil escolher palavras para falar com essa pessoa em que te tornaste. Ainda não conheço esse rosto que lê cada palavra deste meu embaraço. Além disso, tenho medo que estas palavras envelheçam mal ou que eu próprio envelheça mal. Talvez encontres aqui adjectivos que deixem de se usar. Talvez comeces a ler estas palavras e talvez, na tua ideia, eu seja alguma coisa que deixou de se usar. Irás olhar para aquilo em que me tornarei e tentarás entender aquilo que quis dizer-te hoje pelos significados que, nessa idade, tiver dado às palavras. Filho, eu tenho trinta anos e sou o teu pai. Tu tens duas semanas, és pequenino, és querido, eu e a tua mãe amamos-te. Quando percebemos que estás feliz, ficamos felizes. Quando choras, ficamos inquietos e não paramos, fazemos tudo, fazemos tudo até ficares feliz de novo. Filho, eu tenho trinta anos, mas sinto que também tenho duas semanas porque uma parte de mim nasceu contigo há duas semanas. Estas são as palavras que quero dizer-te. Os seus significados são simples e não tenho medo de dizer que são puros porque são puros mesmo. No dia em que leres estas palavras, saberás muitas coisas. Eu também já soube muitas coisas. Ser pai não é apenas saber, ser pai é compreender. Por isso, espero que possas reler estas palavras num dia em que sejas pai também. Eu, que sou o teu pai, tive um pai e tive um avô. Tão bem como eu sei que o meu pai era uma pessoa, quando fores pai, saberás que eu, aquele que hoje te escreve e aquele que há duas semanas começou a viver paralelo a ti, sou uma pessoa. De mim, espera amor e espera uma pessoa. Como as pessoas, às vezes, engano-me, não sei respostas, tenho medo, tenho frio, minto, faço coisas feias, desisto, escondo-me e fujo. Eu compreendo que tu irás enganar-te muitas vezes, não saberás respostas, terás medo, terás frio, mentirás, farás coisas feias, desistirás, esconder-te-ás e, quando todos te procurarem, terás fugido. Eu compreendo-te. Segurei-te ao colo, entrei no teu olhar. Foi há menos de uma hora. Passei-te os dedos pelas faces, tentando imaginar a forma como o teu rosto vai crescer. Estas palavras serão o espelho do teu rosto. O teu rosto ficará parado sobre elas. Gostava que soubesses que, hoje, quis tanto ver esse teu rosto que lê. Se puderes, passa agora os dedos pelas tuas faces. Talvez no dia em que leres estas linhas tenhamos deixado crescer entre nós o pudor de nos tocarmos com afecto simples e puro. Pai e filho. Por isso, passa os dedos pelas faces para sentires aquilo que sentiste hoje, duas semanas de vida, pequenino e amado. Ou então, chama-me para junto de ti. Na outra ponta destas palavras, serei outro. Terá passado tempo que, agora, não posso imaginar. Mas, nesse dia, quando chegar a estas palavras que me preparo para deixar agora, assim que olhar para elas, lembrar-me-ei daquilo que é estar a escrevê-las, ter trinta anos e estar a escrever enquanto tu, com duas semanas, estás a dormir. Será como se eu, hoje, fosse também filho desse eu que irá ler estas palavras. O rosto que tenho hoje estará dentro desse rosto que terei da mesma maneira que o teu rosto de criança estará também naquele de quando leres estas palavras. Filho, eu tenho trinta anos e sou o teu pai. Tu tens duas semanas, és pequenino, és querido, eu e a tua mãe amamos-te. Quando percebemos que estás feliz, ficamos felizes. Quando choras, ficamos inquietos e não paramos, fazemos tudo, fazemos tudo até ficares feliz de novo. Filho, eu tenho trinta anos, mas sinto que também tenho duas semanas porque uma parte de mim nasceu contigo há duas semanas. Estas são as palavras que quero dizer-te. Os seus significados são simples e não tenho medo de dizer que são puros porque são puros mesmo. Chama-me para junto de ti. Mostra-me estas palavras que escrevi hoje e pede-me para te passar os dedos pelas faces com o mesmo carinho e com a mesma ternura com que hoje toquei os teus contornos de menino. Tenho a certeza que não terei esquecido. Por mais que aconteça entre hoje e esse dia, por mais mortes e terramotos, tenho a certeza que não terei esquecido. E obriga-me a jurar que nunca deixaremos crescer entre nós um pudor que impeça de nos abraçarmos, de nos beijarmos, de passarmos os dedos pelas faces um do outro. Pai e filho. Eu sou o teu pai. Tu és o meu filho.

por Jose Luiz Peixoto.


*Publicado originalmente no Jornal de Letras.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Mistress.


....O calor de seu corpo escorria pelos meus lábios trêmulos. Olhei para seus olhos de inquisidor que diante da escuridão que lhe cobria as costas resplandecia num luzir comparado ao das estrelas na escuridão do infinito. Suas palavras não foram doces, da sua boca, apenas o escárnio do prazer, suas mãos me puxavam em sua direção, fazendo com que meus cabelos quase se desprendessem do couro cabeludo. Seu sexo latejava o sangue quente que percorria as suas veias com a força da luxuria e do prazer.
Amarrou-me bruscamente fazendo com que os nervos de meus pulsos estralassem como que um osso ao se partir em mil pedaços. Quando acendeu as velas a luz infernal que delas emanava mostrou seu rosto possuído por um descontrole que me fez tremer dos dedos dos pés aos últimos fios de cabelo, Mas o medo se tornou volúpia ao pingar das gotas quentes de cera sobre meu corpo, que estourou num gozo sem fim ao primeiro estalar de seu chicote sobre o meu corpo alvo, que de tão branco tinha ares cadavéricos.

Meu orgasmo foi seguido de um lapso de incapacidade emocional, que aos poucos me levou a um estado de transe onde os sentidos não passavam de neblina numa noite escura.

Não sei o que exatamente estava sentindo, quando o seu punhal rasgou o meu pescoço aos poucos um frio quase terno tomou conta de mim, eu tinha razão e você nunca irá saber, nunca poderei lhe explicar. O sangue logo coagulou em meus seios, antes rijo agora rubro. Meus olhos aos poucos foram se avermelhando e um circulo negro se fez pouco antes de meu ultimo suspiro....


Dona Miguelina também suspirou ao terminar de ler as escondidas o texto de um blog que entrava sempre que estava sozinha em casa. Foi a filha mais velha que lhe ensinou a usar o computador, a fazer pesquisa no Google. Dona Miguelina, mulher esperta aprendia rápido, todas as tardes enquanto o marido e os filhos estavam no trabalho, realizava seus desejos através de uma pagina de contos na internet. Era dona de casa desde que casou aos vinte e cinco anos. O marido, Seu Alfredo, um rapaz de família evangélica. Lembra Dona Miguelina, como foi difícil fazer o marido aceitar o computador em casa. Essa senhora aplicada nos cuidados domésticos, sofre muito com m marido autoritário e conservador ao estremo, e tem de escutar as suas irmãs falando: -Alfredo é um homem bom; não bebe, não fuma.
Mas também não fode.
Dona Miguelina sempre teve seus desejos reprimidos, mas desconhecia, ou melhor, temia até aonde eles podiam ir.
Descobriu seu lado obscuro em dia, em que seu Alfredo chegou em casa e como bom marido deu lhe as costas e dormiu. Dona Miguelina teve vontade de matar seu marido, chegou a sonhar com o próximo morto, estirado na cama, e foi ai que acordou,acordou para os seus verdadeiros sentimentos.
Desde esse dia, Dona Miguelina apronta os afazeres domésticos no período da manhã, e logo após lavar a louça do almoço, se entrega ao fake de Helen, uma moça lasciva que troca volúpias e segredos nas comunidades do gênero sado da internet.
Helen é um esboço do que dona Miguelina foi na juventude, cheia de curiosidades.
Dona Miguelina não é nem um pouco diferente da sua mãe ou da minha, nem de outras donas de casa, espalhadas pelo mundo. Na verdade é só mais um ser humano com medo da retaliação e do preconceito, das pessoas que vivem no mundo perfeito, onde nada pode sair dos padrões aceitos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ângulos Retos

Calafrios se intercalaram com suspiros e junto com a dor que sentia por dentro a fizeram cair em lagrimas. Segurou o quanto pode, ficou durante horas em frente ao espelho olhando para uma face que não era dela, o plangor que havia naquele rosto, lhe fazia ficar desconhecida aos próprios olhos, e quando não podia mais agüentar se esvaiu em lagrimas, mas um choro diferente, que escoria pelos poros, pelos cabelos, pelas costas em forma de calafrios, nos dedos dos pés, pela genital, nos seios intumescidos. O seu corpo clamava por alguma coisa mais forte que pudesse aliviar esse sentimento, uma droga, um banho ou um abraço que fosse. Mas nada, não ali, naquele momento, fez com que ela se sentisse melhor.
Não lembra como isso acabou, mas acordou em algum lugar no tempo que ela não sabia se fevereiro ou março, outono ou verão. Quando retomou seus sentidos, seu corpo estava dolorido, se levantou e foi para o banheiro olhou o espelho antes inquisidor de uma agonia sem fim e tomou coragem ficou encarando ele por um segundo com os olhos fechados , por alguns segundos em sua mente a imagem da agonia se fez presente, mas ela suspirou e abriu os olhos de uma vez , e ficou mais alegre com a sua face recomposta como se tivesse saído de um sono de beleza, de uma hibernação que lhe fez bem , muito bem por sinal.
Tomou um banho quente, e logo seu corpo se refez do mal estar. Foi até o mercado comprou algumas besteiras e voltou para seu apartamento, abriu a janela e deixou o sol iluminar a sala, quando o sol sem cerimônias entrou pela janela , iluminou também a solidão que lhe fazia companhia, ela se sentou no chão e o sol a fez fechar os olhos, como quem vê alguém morrer e lhe fecha os olhos , estava sentada no sol mas sentia frio, não podia mais continuar assim, sem amigos, sem amor, sem um cachorro que fosse, estava ali na companhia da solidão e do medo , medo de uma nova crise de um novo sono que a levava da escuridão da sua casa para a grande sala sem luz dos pensamentos, não sabia por onde começar só precisava se de um empurrão, uma voz mesmo que interior que lhe falasse uma direção, olhos os ângulos retos da sala onde estava e se deitou no chão, abriu os braços em cruz e desejou do fundo do coração.... Para que esse parasse de bater...

Ficou ali deitada por alguns minutos, ate que escutou uma batida forte na porta de seu apartamento, pensou deve ser o sindico cobrando o condomínio atrasado, quando abriu a porta viu na sua frente uma figura estranha , cabelos encaracolados olhos verdes um rosto claro e envergonhado, na mão trazia um anuncio de divide-se AP. Ela já tinha se esquecido desse anuncio que tinha posto na lanchonete da faculdade, ninguém nunca tinha vindo ali antes, ela achou estranho gaguejou um pouco antes de dizer alguma coisa.Mas enfim pensou que esse poderia ser sinal, quem sabe a mudança viria dessa figurinha ali na sua frente.
A menina se sentiu a vontade no novo ambiente, que já tomava outra forma aos olhos da velha dona, de longe ficava observando a menina arrumando o quarto, as calcinhas espalhadas em cima da cama, o corpo que ainda aparentava estar se formando, a fragilidade dos movimentos, o conjunto lembrava um balé onde a musica é suave e os movimentos leves como plumas, mas por falar em dança, ela sentiu uma tontura e seu corpo se sentiu frio, uma dança macabra se apoderou de seus movimentos e a fez cair. Os sentidos demoraram a voltar, primeiro foi o olfato sentiu o cheiro de um perfume que ela adorava, logo vieram o tato e o paladar e por ultimo a visão, abriu os olhos e viu ela ali, viu mais de perto os traços do rosto , o nariz mais perfeito que tinha visto em sua vida, notou que ela também trazia uma tristeza no olhar , notou que não usava brincos, e que tinha aparelho na nos dentes de baixo, talvez por isso não sorria muito, ia falar algo mas sentiu algo no peito , como se seu coração parasse de bater por alguns segundos, pegou na mão da menina e segurou contra seu peito , sentiu uma pressão forte quase uma dor, quase ficou sem ar, será que seu pedido iria se realizar logo agora, suas pupilas se dilataram sentiu o sangue correr, os poros se dilatarem, pensou ser a morte, mas ali, entre os ângulos retos de seu apartamento descobriu o amor.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Correndo

Parecia que tudo ao seu redor sempre estava em alta velocidade; as pessoas, os lugares, os amores.

Era como se ela estivesse em um trem e não conseguisse se concentrar nas imagens que passavam pela janela, quanto mais ela tentava olhar, mais rápido passava.

Sentia-se apavorada. Os momentos de sua vida pareciam figuras borradas em um livro de infância.

Essa constante correria tomou sua vida por completo, quando ela sentia que algo de duradouro estava acontecendo, logo dava um jeito de por um ponto final.

As conseqüências ela nem sentia, pois, quando algo de bom acabava, ela já estava iniciando ou estava no meio de algum acontecimento novo, isso fazia com que sua cabeça não sentisse as dores e alegrias que o amor pode ter.

- Amigos?

- Os que conseguiram se adaptar ao seu jeito.

- Família?

- Ela não tem tempo de mandar notícias.

Mas eles já sabem como ela é. Já perdeu a conta dos empregos que teve na vida, dos mais comuns; Faxineira, operadora de tele marketing, frentista de posto de gasolina, vendedora.

Teve a fase descolada em que foi Promoter, Relações Públicas, Designer, Fotógrafa, capa de revista, editora de moda etc.

E fase barra pesada em que trabalhava numa casa especializada em fetiches. Nunca se prostitui, mas segundo ela mesma, realizar fantasias, mexe mais com o psicológico do que sexo pago, mas ela tirava de letra, sempre muito rápido aprendia a lição, ou mudava de emprego.

Sempre tudo muito rápido, sempre correndo.

Ed conseguiu mudar isso. Com um beijo roubado. Naquela noite no PUB GLS que ela freqüentava, ela estava numa viagem de ácido ouvindo The organ Memorize the city numa versão de um DJ qualquer. Ele a viu, se aproximou dançou na frente dela o embalo da música fez seus corpos se entrelaçarem rápido, ela nem abriu os olhos, ele levemente a boca. O ritmo acelerado da música diminuiu em sua cabeça, ela abriu os olhos, e pela primeira vez as figuras que antes sem foco, agora estavam quase que dançando em câmera lenta, sentiu aquele beijo pelo corpo inteiro, cada parte de seu corpo recebeu um estimulo agudo e lento, seu coração parece ter parado de bater por um segundo. Ela olhou pra frente e viu Ed.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Recomeçar!

....tudo novo de novo, vamos nos jogar aonde já caímos..... É isso que diz a música, mas será que vale a pena começar, ou melhor, recomeçar..??

Recomeçar do zero a sua vida, deixar o que aparentemente já está montado, jogar tudo o que você acha que conseguiu no lixo e recomeçar?
Uma casa, um carro, um casamento? Será...
Quando as coisas não vão como gostaríamos será que devemos deixar de lado e tentar começar de novo e fazer diferente. Lembrei de outra música agora. Diz assim:
E se eu fosse o primeiro
A voltar e mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria...
Quem algum dia já não desejou voltar ao passado e modificar algo. O que fiz está feito, nada vai mudar, a não ser que largue tudo e RECOMECE, porque pra mim, as coisas não mudam se não se livrarmos de tudo o que não queremos mais. É como uma organização no guarda-roupa, pelo menos pra mim é assim: primeiro eu separo tudo, vejo o que não quero mais e descarto ai recoloco as coisas no lugar. Mas mudanças são complicadas você tem de estar disposto a se desfazer de algumas coisas e se adaptar a outras novas.
Acho que as pessoas preferem se acomodar com as coisas: com os problemas, com o trabalho, com a falta das coisas, com as coisas que não dão certo, etc...
Realmente parece mais fácil você deixar rolar e ver a água bater no pescoço, pra depois procurar solução, e ai, se você não sabe nadar, pode ser tarde.
Eu estou na seguinte situação: sempre fui do pensamento brasileiro, tentar não desistir nunca, mas ando meio que desanimado com a humanidade em geral, e comigo mesmo. Com algumas coisas ao meu redor, estou com medo de mudar, de recomeçar, de ter que deixar algumas coisas de lado e tentar me virar com as mudanças que o “RECOMEÇAR’’ trará.
O que penso, é que não posso continuar sendo assim, ficar empurrando com a barriga só pra não dar o braço a torcer. Fechar os olhos pras coisas que não quero pra mim só pra não desagradar os outros.

Recomeçar.....

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Feuer und Wasser

Ficava me olhando com o canto dos olhos, mas quando eu fixava o olhar, desviava.
Seguia-me , disfarçava,fazia de conta que não era comigo. Quando me esquecia eu é que ficava cuidando, atento as sua manias seus trejeitos.
Um dia se encontramos no corredor, eu parei, ela com um sorriso que eu ainda não tinha visto: envergonhado, mas lindo.
Passou por mim e eu sem palavras.
Outro dia do nada um piscar de olhos me chamou a atenção, perdi o medo e enfrentei as conseqüências. Perfeito.

Dançamos no escuro, e às vezes no meio da noite eu seguro sua mão para aliviar o medo.
Passamos por todos os clichês imagináveis que os casos de amor podem ter.
Nossa filha linda hoje divide a cama: O lado da água e do fogo. As coisas não são como naqueles filmes onde o casal dificilmente briga a relação a dois realmente é cansativa, e dói muito as vezes.
Hoje e aniversário dela, quase não nos vimos hoje, mas não parei de pensar nela um segundo se quer.
Nunca será perfeito, mas nada como um dia após o outro. Com você aprendi que devemos olhar e cuidar do tesouro que temos ao nosso lado, as vezes ele pode parecer pequeno e sem importância, mas para outros pode ter um valor imenso. Cuido de você porque te amo, e porque sei do seu valor.

Para P.O.S

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Já faz um tempinho, tenho trocado algumas cartinhas com alguns amigos. Nada demais. Apenas umas uns escritos, troca de angustias, frustrações, alegrias, alguns escritos, enfim, coisas de amigos.
A distância entre nos se faz menor pelas cartas que trocamos.
Em tempos de Internet, face book, email e orkut. Tentamos manter nossos laços afetivos via o antigo e correio.
A já quase esquecida carta, tem seus problemas como a demora pra chegar, o email e quase instantâneo, isso que nem toquei no messenger e seus derivados...
Mas uma coisa eles não podem nos dar, a satisfação de abrir a caixa de correio e ver uma cartinha endereçada a você. Que passou na mão de uma 10 pessoas com histórias parecidas, tentando alcançar os mesmos ideais que você. Ela chega cheia de sentimentos passa por coisas que você não imagina, matam as expectativas e a saudade, cartas do coração.

Mandem cartas, escrevam cartas seja para um breve olá ou para um estou com saudades.

Essa é minha primeira postagem, meu pimeiro blog. Meio perdido ainda, quem sabe escrevo umas destas cartas aqui... quem sabe ..

Vou escrevendo de vez en quando se você leu e gostou, entre aqui outras vezes.. quem sabe um dia trocaremos algumas cartas....